'Pai, não me deixa morrer aqui', gritou adolescente em incêndio
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Criado por: Rádio Bom Jesus
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Postado em: 18/02/2021
Uma vizinha das três crianças mortas em um incêndio dentro de casa na cidade de Poá, na Grande São Paulo, contou à polícia que ouviu gritos de socorro da menina mais velha, de 14 anos. Segundo o delegado Eliardo Jordão, a testemunha contou ter ouvido “Pai, não me deixa morrer aqui”. Um dos pais das crianças, Ricardo Reis de Faria e Vieira, teve a prisão temporária decretada pela Justiça sob suspeita de provocar o fogo.
Quando as equipes do Corpo de Bombeiros chegaram ao local, na rua Bernardo Pinheiro Franco, na Vila Real, a adolescente de 14 anos e os dois irmãos, de 9 e 2 anos, já estavam mortos, carbonizados.
Segundo a polícia, tudo leva a crer que o incêndio começou no quarto das crianças e que elas estavam trancadas. Os investigadores tentam entender porque o bebê de 2 anos estava no quarto, já que não costumava dormir ali.
A perícia investiga também a circunstância que os corpos foram encontrados. A menina de 14 anos estava na área do closet, aparentemente agachada, como se tivesse tentado sair e pedir socorro pela janela.
Contradição
Ricardo, de 33 anos, tutor das crianças e único sobrevivente do incêndio, chegou a dar três versões para o ocorrido. Em uma delas, disse que os filhos teriam sido levados de casa por outra pessoa. A atitude suspeita fez com que ele fosse encaminhado para delegacia. Após ouvir o depoimento, polícia pediu a prisão e a Justiça concedeu o pedido.
Ricardo foi casado com Leandro, de 36 anos, por quase 16 anos. Juntos, os dois adotaram as crianças. Em vídeos e postagens nas redes sociais, Ricardo se mostrava um pai carinhoso e cuidadoso e revelou que pretendia adotar um quarto filho.
Nos últimos três meses, no entanto, a relação do casal teria se abalado após uma traição de Ricardo e os dois passaram a viver em casas separadas e compartilhar a guarda dos filhos adotivos. Separado de Ricardo há três meses, o companheiro Leandro contou, que o rapaz tentava reatar o relacionamento e, nos últimos meses, dizia que não fazia sentido viver sem a família unida.
Fonte: R7