Recentemente vários casos de violência envolvendo mulheres tomaram os noticiários. A polícia encontrou o corpo de Maria Helena de Jesus, jovem de 22 anos que estava desaparecida desde 12 janeiro.  O cadáver foi descoberto com indicações de Leonardo Xavier Simões, homem que confessou o crime e do irmão dele, Ricardo Xavier Simões, que teria ajudado a levar o corpo até o local. Leonardo disse à polícia que tinha matado a moça com um mata-leão porque ela teria beijado outra garota. 

No mesmo dia que o corpo foi encontrado, uma mãe foi presa por aliciar a filha de 12 anos para ser abusada por três homens. A intenção da mulher era usar o dinheiro para comprar drogas. A menina disse à polícia que estava há 2 dias sem comer e desenhou uma flor para a equipe em agradecimento.

Ambas as situações não são casos isolados. A cada 6 minutos, uma mulher sofre algum tipo de violência no Paraná. Segundo informações do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2019 foram registrados 81mil865 casos no estado. O dado inclui assassinatos, violência doméstica, ameaças e estupro.

A médica e psicanalista Luci Pfeiffer, coordenadora do Dedica, programa de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente que atende vítimas de violência grave, considera que os números ainda não refletem a situação real, que é ainda pior. 

Ela considera que, dentro das relações familiares, há uma reprodução de atitudes e práticas observadas na infância, gerando um efeito cascata. 

A coordenadora reforça que a mulher que sofre este tipo de violência deve receber apoio psicológico. 

Amanda Yargas