A sociedade impõe expectativas muitas vezes irreais sobre as mães, criando um padrão idealizado de maternidade que inclui a ideia de ser uma mãe perfeita em todos os aspectos. As mulheres frequentemente se veem sob pressão para equilibrar carreira, vida pessoal e responsabilidades parentais de maneira impecável. Para se ter uma ideia, atualmente, mais de 48% dos lares brasileiros têm mulheres como chefes de família. Ou seja, como as principais responsáveis pelo sustento da casa e dos filhos. Essa pressão de prover o sustento aliada a um padrão inatingível de ideal de mãe, cria um terreno fértil para a culpa materna, uma vez que as mães podem sentir que estão constantemente aquém dessas expectativas elevadas, como destaca a psicóloga Cecília Rocha.

A culpa materna pode se manifestar de várias formas. Mães muitas vezes se culpam por não passarem tempo suficiente com seus filhos, por não serem capazes de atender a todas as necessidades emocionais ou físicas, ou até mesmo por buscar suas próprias realizações pessoais fora do papel maternal. Conforme a psicóloga, é necessário desmistificar a ideia de que as mães devem abdicar de suas necessidades pessoais em prol de seus filhos, promovendo uma compreensão mais ampla de que mães saudáveis e realizadas contribuem para famílias saudáveis.

A especialista pontua que grupos de mulheres podem ser benéficos para compartilhar experiências. No entanto, é preciso ter cautela na escolha de um ambiente, para não cair em referências  que alimentem mais esse mito da maternidade perfeita.