TCE constata superlotação de 196% em cadeias do Paraná
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Criado por: Rádio Bom Jesus
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Postado em: 05/07/2019
Auditoria sobre o Sistema Carcerário do Estado do Paraná, realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), entre maio de 2017 e 15 de março de 2018, constatou um déficit de 7.111 vagas nas carceragens das delegacias e cadeias públicas do Paraná.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (27), com a conclusão do relatório da auditoria. O relatório propõe quase vinte recomendações ao governo do estado, ao Tribunal de Justiça e à Defensoria Pública, com prazo máximo de execução de 12 meses.
Segundo o TCE, dados levantados junto à Polícia Civil e ao Departamento Penitenciário do Estado (Depen), em dezembro de 2017, havia 10.795 presos em carceragens de delegacias e cadeias públicas no Paraná, ocupando 3.618 vagas, o que corresponde a um índice de superlotação de 196,5%. Já o sistema penitenciário tinha, no mesmo mês, 19.345 detentos para 17.793 vagas, um déficit de 1.552 vagas, o que representa superlotação de 8,7%.
De acordo com o coordenador geral de fiscalização do TCE, Mauro Munhoz, a situação do Paraná é peculiar, porque a superlotação afeta principalmente as carceragens de delegacias e cadeias públicas e não das penitenciárias.
Confira a nota da Sesp:
A Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná informa que não recebeu oficialmente o documento do Tribunal de Contas do Estado. Com relação ao conjunto de 14 obras das penitenciárias, três estão atualmente em andamento: Cadeia Pública de Campo Mourão, o Centro de Integração Social (CIS) de Piraquara e a ampliação da Penitenciária Estadual de Piraquara II. Nos próximos dias está prevista a retomada das obras na Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu I.
Importante destacar que este conjunto de obras tem como parceiros o Departamento Penitenciário Nacional, a Caixa Econômica Federal e a Paraná Edificações (Pred) – esta última do governo do Estado – , e todas as alterações feitas nos projetos tiveram que ser aprovadas por estes entes.
A nota informa que num prazo de pouco mais de um ano todas as 14 obras estarão entregues, resultando na abertura de mais de 7 mil novas vagas que vão permitir a retirada de presos em delegacia
A Sesp afirma ainda que compartilha da mesma preocupação exarada pelo TCE no referido documento, mas, assim como o Tribunal de Contas, é necessário cumprir todas as exigências da Legislação – em especial a Lei de Licitações. E há outros atores para o perfeito exercício da Execução Penal no Paraná, como bem imposto no documento quando trata da progressão de pena.
A presença de presos em delegacia é uma constante preocupação da Sesp, mas é preciso reconhecer avanços no sentido que o número de detentos em carceragens chegou a 16 mil em outros governos e que agora está em cerca de 9 mil.
A nota ressalta ainda que por semana são transferidos de 100 a 150 presos das delegacias para as unidades prisionais. Além disso, a Sesp começou a construção celas modulares, que vão abrir em todo o estado mais de 680 vagas. Além disso, tramita no Depen Nacional a construção de uma nova unidade prisional modular com capacidade para mais 636 presos – esta com recursos do Fundo Nacional Penitenciário que estava contingenciado há anos, sendo liberado apenas em 2017.
Por fim, a nota destaca a atuação das Polícias Militar e Civil, que têm trabalhado incansavelmente na prisão de criminosos – principalmente em casos de homicídios e crimes patrimoniais (furtos e roubos), o que tem contribuído para queda nos índices criminais no estado do Paraná.
Repórter Karina Bernardi - https://cbncuritiba.com/tce-constata-superlotacao-de-196-em-cadeias-do-parana/
CBN