Mudanças climáticas ameaçam a existência das florestas


  • Criado por: Adriana Diniz
  • Postado em: 14/02/2024

As áreas de floresta ocupam 58% do território brasileiro, de acordo com a rede Mapbiomas, e podem ser severamente afetadas pelas mudanças climáticas. Muito associadas ao aumento da temperatura, essas alterações não só elevam o calor do planeta, como também intensificam a quantidade de eventos como chuvas intensas e temperaturas congelantes.

No Brasil e no mundo, essas ocorrências podem ser um desafio para a manutenção das florestas, para a vida dos animais, produção de alimentos e conservação da água nos rios. O pesquisador da Universidade Estadual do Oeste do Paraná Halley Caixeta, membro do Núcleo de Arranjos de Pesquisa e Inovação em Emergências Climáticas, explica como fenômenos intensos podem impactar as plantas:

Através dos poros, as plantas captam o gás carbônico que, em combinação com a água e a fotossíntese, formam o açúcar, que a alimenta. No entanto, ela transpira por esse mesmo poro e, dependendo das condições climáticas, diferentes espécies reagem de maneira distinta, como é o caso da embaúba e da peroba.

A embaúba cresce muito rápido por manter seus poros abertos, mas desidrata mais facilmente. Já a peroba fecha rápido os seus poros quando encontra condições adversas e por isso consegue se preservar melhor. No entanto, demora mais tempo para crescer. A partir dessa compreensão, a pesquisa do professor Halley trabalha com plantas agrícolas e árvores presentes na Mata Atlântica.

Preocupado com essas questões, o pesquisador apresenta três tipos de soluções baseadas na natureza para fortalecer as defesas das plantas. Halley explica que, em uma floresta, a planta vive em associação com vários microrganismos, bactérias e fungos, e isso pode ajudar.

Além disso, o pesquisador trabalha com nanotecnologia para entregar compostos químicos que auxiliam a vegetação, como o óxido nítrico.

A terceira possibilidade apontada é uso de materiais biodegradáveis.

Com essas medidas, é possível ajudar espécies ameaçadas de extinção, contribuir com mudas melhores para a agricultura e até preservar os rios com a manutenção das matas que ficam à margem.