‘Kaká’ é absolvido da acusação de homicídio após 11 horas de júri


  • Criado por: Adriana Diniz
  • Postado em: 03/07/2019

Ministério Público disse que vai recorrer da decisão que colocou Carlos Alberto Padilha da Silva em liberdade

Os ânimos se exaltaram na manhã, tarde e noite desta terça-feira (26) no Fórum de Santo Antônio da Platina durante o julgamento que decidiu pela liberdade de Carlos Alberto Padilha da Silva, o ‘Kaká’, denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) pelo crime de homicídio qualificado que vitimou Fabiano Gonçalves no dia 06 de fevereiro do ano passado na Vila Ribeiro.

A sessão foi aberta por volta das 9 horas com a oitiva de testemunhas arroladas no caso, entre elas o delegado Tristão Antônio Borborema de Carvalho, que presidiu as investigações, e o investigador Ademar Gonçalves. Ambos foram bastante questionados e criticados de forma hostil por um dos defensores do réu, o advogado Luiz Claudio Nunes Lourenço, de Guaíra (PR), que insistia em apontar falhas nos trabalhos da Polícia Civil para convencer o Conselho de Sentença da inocência de ‘Kaká’.

Durantes os depoimentos das testemunhas e os debates entre a acusação e a defesa, a juíza Marcella de Lourdes de Oliveira Mansano, por várias vezes, precisou intervir para acalmar os ânimos, principalmente do advogado Luiz Claudio Lourenço, que não poupava adjetivos pejorativos à Polícia Civil e ao Ministério Público durante seus questionamentos no plenário.

A promotora de Justiça Nathalie Murillo Floroschk pediu a condenação do réu aos jurados, justificando que Fabiano Gonçalves foi assassinado em razão da disputada entre grupos rivais pelo domínio do tráfico de drogas na cidade, o que segundo a Polícia Civil e o próprio Ministério Público (MPPR) motivou uma série de assassinatos no município no início de 2017. “O grupo liderado por Michael Patrick, o ‘Cenoura’, assassinou Aguinaldo Leite, o ‘Balaieiro’, e Fabiano (Gonçalves), que até então pertencia ao grupo de Rodrigo Martins, o ‘Nonô’, e Carlos Alberto Padilha, o ‘Kaká’, foi executado por aliar-se a ‘Cenoura’. Algo do tipo: ‘mataram um dos nossos, mataremos um deles’. Foi o que apontou a investigação”, disse a representante do MP.

O advogado Luiz Fernando Bianchini Carvalho, que assim como a advogada Franciele de Oliveira Ferreira, também atuou na defesa do réu, disse aos jurados que a Polícia Civil trabalhou no sentido de incriminar ‘Kaká’. “As testemunhas fizeram discursos muito bonitos, mas que nada acrescentaram para comprovar a culpa do réu. O que o Ministério Público fez hoje aqui foi uma ilusão de raciocínio lógico para tentar convencer os jurados de que ‘Kaká’ assassinou Fabiano Gonçalves, mas sem sustentação. Desafio a acusação (MP) a apresentar uma única prova concreta que incrimine o réu, por isso peço sua absolvição”, disse Carvalho.

Após 11 horas de julgamento, o Conselho de Sentença do Tribunal da Comarca de Santo Antônio da Platina entendeu que Carlos Alberto Padilha da Silva, o ‘Kaká’, é inocente, e o absolveu da acusação de homicídio qualificado. A juíza Marcella de Lourdes de Oliveira Mansano determinou que fosse expedido imediatamente o alvará de soltura do réu.

A promotora de Nathalie Murillo Floroschk informou que vai recorrer da sentença junto ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

Por: tanosite.com