Cigarros eletrônicos deveriam ser legalizados no Brasil?


  • Criado por: Adriana Diniz
  • Postado em: 29/01/2024

Essa é a opinião de Kerollyn Ribeiro, estudante de Relações Públicas da Universidade Federal do Paraná e fumante de cigarros eletrônicos desde 2021.

Os também chamados pods entraram no Brasil em 2005. Na época existia a ideia de que eles poderiam ajudar os usuários do cigarro comum a se libertarem do vício. Contudo, em 2009, o comércio, importação e propagandas de cigarros eletrônicos foram proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária por não existirem dados suficientes que comprovam os efeitos desses dispositivos na saúde humana. Silvia Valderramas, professora do Programa de Pós-Graduação em Medicina Interna e Ciências da Saúde da UFPR e coordenadora do Núcleo de Estudos em Fisioterapia Respiratória, explica os possíveis danos dos vapes.

Hoje, existem estudos que comprovam que o uso de cigarros eletrônicos aumenta o risco de problemas de saúde pública de alta complexidade por conta das lesões causadas a nível pulmonar. Alguns exemplos são enfisema, bronquiolite crônica e insuficiência respiratória. Segundo o Instituto do Coração da Universidade de São Paulo, o indivíduo que fuma um vape descartável por dia consome nicotina e toxinas equivalentes a uma carteira de cigarro.

Um artigo publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia traça o perfil de usuários dos cigarros eletrônicos como jovens entre 15 e 25 anos, de classe média a alta. Além disso, na maioria dos casos, o vício surge a partir da convivência com outros fumantes, como amigos ou familiares. Alunas do curso de Fisioterapia da UFPR, orientadas pela professora Silvia Valderramas, estão desenvolvendo uma pesquisa que procura entender os efeitos do cigarro eletrônico na saúde dos usuários mais jovens, como impacto na função pulmonar, capacidade cardiorrespiratória e nível de atividade física. Os resultados da pesquisa devem ser divulgados em breve.