A preparação esportiva moderna é baseada em 4 pilares: a preparação técnica, com os fundamentos do esporte, a preparação física, referente ao corpo do atleta, a tática, com as estratégias da disputa, e a preparação mental. A forma como este última é encarada tem mudado nos últimos anos, com uma conscientização maior sobre as dificuldades e barreiras enfrentadas por por pessoas de todas as esferas, inclusive atletas de alto nível. O assunto ganhou maior destaque recentemente com a decisão de Simone Biles de não continuar competindo nas Olimpíadas de Tóquio, a ginasta estadunidense é considerada uma das melhores de todos os tempos com um total de 30 medalhas entre Mundiais e Olimpíadas, quase todas de ouro.  

Simone disse que sente o que é chamado na ginástica de “twisties” uma perda de referência do espaço quando o corpo está fora do chão, principalmente ao realizar piruetas. “Literalmente não consigo saber onde estou no ar. É o sentimento mais louco de todos, não ter uma polegada de controle sobre seu corpo. O que é mais assustador é que como não tenho ideia de onde estou não tenho a menor ideia de como ou onde vou pousar. Se vai ser com a cabeça, mãos, pés, costas…”

Segundo especialistas, stress, pressão e ansiedade são fatores que favorecem o aparecimento dos twisties. Eles também vem acompanhados de medo, já que a atleta pode se machucar gravemente em decorrência da sensação. Simone justificou que a decisão era para preservar sua saúde mental, seu corpo e não colocar em risco o desempenho da própria equipe na competição. 

A psicóloga do esporte Suzy Fleury, uma das referências na área no Brasil, inclusive com passagem pela Seleção brasileira de futebol, avalia a situação. 

Segundo a psicóloga, nossa mente e emoções têm papel fundamental em como desempenhamos todas as tarefas do nosso dia a dia e, inclusive, planos de longo prazo.

Por isso, Suzy Fleury lembra que o cuidado com a saúde mental é indispensável para uma vida plena, com felicidade e realizações.

Fonte - AERP - Amanda Yargas