Paraná é o segundo Estado com maior número de presos trabalhando


  • Criado por: Adriana Diniz
  • Postado em: 25/09/2019

No Paraná, 7 mil presos custodiados pelo Departamento Penitenciário, Depen Estadual, trabalham em projetos para a remição de pena, em todas as unidades penais do Estado, o que representa 30% da população carcerária do Paraná. O Estado é o segundo colocado no ranking nacional no número de detentos trabalhando. Eles atuam em diversas fábricas, como uniformes, pavimento para calçadas, bolas, fraldas, indústria gráfica e tijolos ecológicos.

O secretário Estadual da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares, destacou que as unidades promovem o aprendizado e profissionalização dos detentos, o que contribui no processo de ressocialização. Os serviços feitos pelos presos também geram economia para o sistema estadual, já que eles confeccionam os próprios uniformes, por exemplo, além de fazer o trabalho nas lavanderias e cozinhas. O diretor-adjunto do Depen, Thorstein Ferraz, destacou que várias empresas, órgãos governamentais e até cooperativas têm convênio com Depen para a mão-de-obra.

A cada três dias de trabalho, que tem cargas horárias de 6 a 8 horas diárias, o preso tem direito a remir um dia em a pena, reduzindo a permanência e também os custos para o Estado. Para trabalhar, além de querer, o preso precisa passar por avaliação e treinamento. Além economizar com os benefícios trabalhistas, quando a empresa se instala na unidade penal, o Estado disponibiliza o espaço sem cobrança de aluguel e, em alguns casos, também não são cobradas taxas de energia elétrica e água. Nessa modalidade, estão empregados mais de 1.700 detentos. O diretor-adjunto do Depen destaca que o projeto contribui para que o detento possa encaminhar a garantia de um emprego ao sair da cadeia. 

Do salário pago pelas empresas aos detentos, 25% vai para o Fundo Prisional. O restante é destinado ao trabalhador, que pode repassar até 80% do valor para um familiar. A Penitenciária Central do Estado, Unidade de Progressão em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, é referência nacional no trabalho dos presos, com 23 canteiros instalados. Todos os internos do local trabalham ou estudam. Por ter posição de destaque, os presos que querem transferência para a unidade passam por triagem e seleção. Com o sucesso do modelo, foram criadas Unidades de Progressão em Ponta Grossa, Guarapuava e Foz do Iguaçu. Também está sendo alinhado o trabalho em canteiros externos para presos da Penitenciária Estadual de Cascavel, em uma parceria da unidade com os municípios de Cascavel e Corbélia. 

(Repórter: Rodrigo Arend)