SER COROINHA É CONSAGRAR DESDE CEDO SUA VIDA A DEUS


  • Criado por: Adriana Diniz
  • Postado em: 13/08/2019

Formatura de Coroinhas destaca importância de manter a vida religiosa. A Comunidade de Siqueira Campos ganhou no último fim de semana novos coroinhas. Em um mundo cada vez mais corrido, os coordenadores destacaram a importância de se manter a vida religiosa e destacaram que o curso mostrou a importância de servir ao próximo. “ser coroinha é estar a serviço: a serviço do altar e do próximo. Servir ao altar não é apenas ajudar o padre, transportar os objetos litúrgicos ou executar as funções que lhes são próprias. Servir ao altar é muito mais: é participar do Mistério Pascal de Cristo, ou seja, da Paixão-Morte-Ressurreição de Cristo”.

O evento aconteceu com a Santa Missa, presidida pelo Frei Carlos Gonzaga, às 18 horas no Santuário do Senhor Bom Jesus da Cana Verde

 

CONHEÇA MAIS SOBRE ESTE MINISTÉRIO 

1. Contexto histórico

No tempo em que os apóstolos eram ainda vivos, as comunidades cristãs se reuniam nas próprias casas para celebrarem a Eucaristia. O imperador romano perseguia e matava quem se declarasse seguidor de Jesus, de modo que as celebrações eram realizadas às escondidas (nas catacumbas).
No ano de 313, um imperador chamado Constantino, tornou-se cristão e o cristianismo se expandiu sem perseguições. A partir daí começaram a ser construídas grandes igrejas e as celebrações foram ganhando nova forma, assim como foram surgindo funções e lugares próprios para cada um na Igreja.
O coro é um local na igreja onde estão localizados os cantores e instrumentalistas e todos aqueles que tinham uma participação ativa na celebração: coroinhas/acólitos e sacristão.
Os coroinhas surgiram neste ambiente. Eram chamados de “meninos do coro”, donde vem a palavra coroinha. Quando se rezavam as vésperas (oração da tarde na Igreja), eles recitavam as orações e acompanhavam o sacerdote nas funções litúrgicas (cantar, servir o altar…).
Os meninos do coro aproveitavam um pouco do tempo para aprender a ler e escrever com os padres, porque naquele tempo ainda não havia escolas. Aprendiam também música, para poder acompanhar os cantos. Quando a missa era rezada em latim, o povo não respondia as orações, apenas o coroinha é que recitava as respostas.
Com o tempo as funções na liturgia mudaram e o ministério do coroinha também evoluiu e hoje ele seve o altar, canta acompanha o celebrante, reza, participa…

O que é preciso para ser coroinha:
– Ter vontade de ajudar;
– Ser disponível para Deus e sua comunidade;
– Esforçar-se para ser bom, procurando viver o que Jesus viveu.
O bom coroinha é aquele que exerce o serviço no altar com dedicação e piedade, sendo conhecedor de tudo que envolve o seu ministério. Mas um bom coroinha é também aquele menino ou menina que procura dar testemunho de vida em sua casa, na rua, na escola, com os amigos, enfim em todos os lugares onde se encontra. Por isso, podemos afirmar que o coroinha é chamado a servir no altar e na vida.

Ser coroinha não é privilégio. É um serviço, um ministério!
Algumas atitudes que são necessárias ao coroinha:
– Espírito de disponibilidade: estar sempre pronto para ajudar.
– Espírito sensível: estar atento as necessidades.
– Espírito de equipe: ninguém constrói nada sozinho, muito menos na Igreja e no Reino de Deus. Portanto, no grupo de coroinhas não deve haver competição, mas ajuda mútua, companheirismo e amizade.
– Espírito de fé: a missa é o momento mais forte da vida da comunidade. É ali que todos celebram suas vidas, suas lutas pela justiça e a fraternidade. Por isso o/a coroinha não está no altar fazendo um teatro. Ele/a está ali para ajudar a comunidade a rezar. Assim, deve participar da celebração com atenção e piedade.

O que significa Coroinha? Coroinha vem de coro (coral). Na época, além de cantarem no coro, os meninos fora chamados a ajudar também nas celebrações litúrgicas, servindo o altar. Daí o nome Coroinha.
O que significa acólito? Acólito significa aquele que serve. Lembrando que os coroinhas no altar não são simplesmente um “enfeite”, mas uma presença marcante pelo serviço de fé e amor.

2. Ministério concedido ao coroinha

Quando Jesus fundou sua Igreja, quis instituir diversos ministérios ou serviços para a comunidade. Na Igreja, todos recebem uma vocação, um chamado. Alguns são chamados a servir como coroinhas.
O diretório para a Missa com Crianças tem a preocupação de formar as crianças para que celebrem a Eucaristia com alegria e desembaraço, sugerindo que se procure fazer com que elas sejam atuantes, ativas, conferindo-lhes diversos ofícios e tarefas. Dessa forma os coroinhas têm a oportunidade de iniciar e realizar sua caminhada de Igreja, ao encontro do Senhor. A eles possibilita-se que aceitem essa tarefa, importante para a comunidade. O coroinha não é um enfeite, mas alguém que, servindo o altar, está fazendo crescer a comunidade.
Juntos, os coroinhas formam um grupo no qual poderão encontrar união, compreensão, confiança e estima, coisas de que tanto precisam. O pároco deverá, dentro do possível, acompanhar cada um deles em sua realidade pessoal, tomando o devido cuidado para que não venham a cair no “oba-oba”, pois ser coroinha exige responsabilidade, para que assumam, todos juntos e cada um em particular, com amor, este serviço a Cristo e a sua Igreja.
Nos encontros semanais, terão eles a oportunidade de refletir sobre a Palavra de Deus previamente escolhida.
Tomamos por princípio o que diz a Instrução Geral sobre o Missal Romano – IGMR, 70: “Todas as funções inferiores às do diácono poderão ser exercidas por leigos do sexo masculino, mesmo que não tenham sido instituídas para isso (…)”. As prescrições litúrgicas são adaptadas à nossa realidade, de acordo com os documentos da Igreja.
Quem dirige um grupo de coroinhas deve orientá-los e participar junto com eles, pois o dirigente, como o líder, está para servir e não para dominar ou impor.

3. O que se exige de um coroinha?

Ao chegar ao templo, o coroinha deve dirigir-se à Capela do Santíssimo Sacramento ou ao altar em que o sacrário contenha Jesus Sacramentado. Aí, deve fazer uma genuflexão e permanecer em oração por alguns instantes, numa conversa com Jesus Cristo. Só então ele deve dirigir-se a sacristia, para iniciar as atividades de arrumação do altar para a celebração.
Do coroinha exige-se piedade, postura, respeito para com os ministérios, respeito para com o sacerdote, respeito e atenção para com os fiéis da assembleia, respeito para com o templo (desde cedo ele deve se acostumar a tratar santamente o lugar sagrado).
Há paróquias que possui um corpo de coroinhas bem preparados e se faz ma escala para o serviço do altar. Noutras, alguns meninos aparecem e ajudam, sem maiores exigências.
Na catequese, surgem sempre alguns meninos que demonstram ao padre seu desejo de ser coroinha. Compete ao pároco, ou a quem lhe faça às vezes nesta área, escolher aqueles que deverão preparar-se para o oficio de coroinha.

4. Há uma veste apropriada para o coroinha?

Este aspecto deve ficar sempre a critério do pároco juntamente com o coordenador, isto é, do padre responsável pela paróquia. Ele pode ser a tradicional batina vermelha com sobrepeliz branca, uma túnica branca com capuz, uma batina da cor do paramento do padre ou um blusão que tenha o símbolo litúrgico. O coroinha pode usar sua própria roupa, mas é sempre bom ter uma veste apropriada para o culto divino.
O código de Direito Canônico fala das vestes usadas pelos acólitos nas celebrações, mas se refere somente aos acólitos que receberam o ministério. Todavia, opcionalmente, os coroinhas poderão usar, de acordo com o costume do pároco, uma túnica branca com um cordão branco ou da cor litúrgica do dia, a tradicional batina vermelha com uma sobrepeliz branca ou então uma roupa decente.

5. O que o coroinha deve conhecer?

– A santa missa, com todas as suas partes;
– Os lugares na igreja;
– Os livros sagrados;
– Os utensílios utilizados na celebração;
– As vestes litúrgicas (os paramentos).

6. Orientações práticas

Vamos dar-lhe algumas regras práticas que todo(a) coroinha deve procurar observar não por imposição, mas por amor:
– Ao entrar na igreja, faça uma genuflexão para Jesus que está no sacrário: é um ato de fé na sua presença;
– Antes de entrar na sacristia, pare e reze um pouquinho;
– Dentro da igreja, caminhe com respeito, sem correr ou brincar;
– Na sacristia, fale baixinho, pois ela também faz parte da igreja;
– Procure não chegar atrasado(a) as cerimônias em que for escalado(a) para participar;
– Vista-se sempre decentemente, sem exageros;
– Antes de fazer seu serviço junto ao altar, lave bem as mãos;
– Fique bastante atento aos objetos que o rodeiam: vasos, estantes, pedestais, arranjos, cabos de microfone e outros, para evitar acidentes que, certamente, poderão causar constrangimentos, podendo até tirar a atenção de toda a assembleia;
– No uso de sua veste de coroinha, tome muito cuidado quanto ao comprimento da mesma, pois, quando muito comprida, poderá “enroscar” em seu calcanhar quando estiver ajoelhado e, ao levantar-se, poderá provocar-lhe uma queda;
– Tenha uma postura discreta: quando sentado, não cruze as pernas; quando de pé, não cruze os braços; também nunca masque chicletes ou bala no exercício de suas funções;
– A Santa Missa é algo sagrado. Por isso, não fique rindo ou conversando durante a mesma;
– Ao manusear os objetos litúrgicos, faça-o com bastante atenção: os objetos de vidro, como as galhetas, podem quebrar ou qualquer acidente ou queda; os objetos de metal, como o cálice, o cibório etc. podem provocar barulho numa eventual queda e tirar a concentração de toda a assembleia;
– Manuseie cuidadosamente também os livros, folhetos, etc…
– Faça sempre apenas a sua função;
– Ao terminar as cerimônias, guarde sempre sua roupa de coroinha no lugar apropriado, procurando não amassá-la; se estiver suja, leve-a para casa para ser lavada e passada ou a entregue ao responsável pela equipe de coroinhas para providenciar a limpeza;
– Procure não emprestar sua roupa de coroinha a outros jovens; se a pessoa insistir, consulte antes o padre ou o responsável pelos coroinhas;
– Lembre-se de que a roupa de coroinha não é de sua propriedade, mas você é responsável por ela: conserve-a, pois, com muito cuidado;
– Antes de começar a missa, verifique se tudo está em ordem: a toalha do altar, que precisa estar bem limpa; o missal e o lecionário, em seus lugares; as galhetas (jarrinhas de vidro), com vinho e água; as partículas, em número suficiente para os fiéis; as cadeiras, para o celebrante e para os coroinhas, que devem estar limpas; as velas do altar, acesas; os folhetos de missa, distribuídos; as pessoas que farão as leituras, já avisadas; as luzes do altar e da igreja, acesas; e outros detalhes, que você conhece muito bem;
– Se você prometeu ajudar como coroinha na missa num determinado dia, faça tudo para cumprir seu dever: É sinal de responsabilidade e maturidade;
– Em geral, as reuniões na igreja para tratar de uma cerimônia especial são feitas com bastante antecedência; se você for convidado a participar de alguma delas, procure não assumir outros compromissos para aquele dia e aquela hora e, se realmente for impossível comparecer, mande avisar ou telefone;
– “Seja fiel no cumprimento de todos os seus deveres. Execute com capricho e amor todas as tarefas que recebe, embora pareçam insignificantes. Qualquer coisa que esteja fazendo, por menor que seja, é um passo à frente em seu progresso. Realize suas tarefas todas, como se delas dependesse – como de fato depende – todo o seu futuro” (Carlos Torres Pastorino, em Minutos de Sabedoria).
– E, finalmente, nunca se esqueça de que o bom coroinha e a boa coroinha são aqueles que estão sempre conscientes de dignidade e responsabilidade. Desejamos a você um bom trabalho. Jesus apreciará sua dedicação ao Reino de Deus!