Morre em Curitiba paciente de ambulância dirigida por coveiro


  • Criado por: Adriana Diniz
  • Postado em: 03/07/2019

Secretaria da Saúde alega desconhecer que aposentado fraturou uma das pernas no acidente ocorrido em Ponta Grossa

A notícia da morte do aposentado Joaquim Tomaz Graciano, de 75 anos, no início da tarde da última segunda-feira (3), no Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba, revela mais uma vez a que ponto chegou a gestão da Secretaria Municipal de Saúde de Santo Antônio da Platina. Ele fazia tratamento de câncer e estava sendo transportado ao hospital curitibano, quando foi vítima de um acidente ocorrido no dia 15 de agosto, próximo a Ponta Grossa.

Na ocasião, a informação da secretaria dava conta de que ninguém ficou ferido no acidente envolvendo a ambulância do município, que tinha como condutor o coveiro Luiz Humberto da Silva, que atuava em desvio de função e já deveria ter retornado ao seu cargo de origem, conforme um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre o prefeito José da Silva Coelho Neto (PHS), o Professor Zezão, como é mais conhecido, e o Ministério Público Estadual (MPE).

No dia do acidente a Secretaria de Saúde informou que os dois pacientes que estavam na ambulância concluíram a viagem em um taxi alugado pela prefeitura tendo em vista não terem sofrido ferimentos no choque do veículo com um caminhão. Na verdade, o aposentado teve fratura em uma das pernas e, a seu pedido, foi levado ao Hospital Erasto Gaertner em uma ambulância da concessionária de pedágio que administra o trecho entre Ponta Grossa e Curitiba.

Segundo a família, Graciano temia ter seu quadro clínico agravado caso fosse levado a um hospital de traumas. “Ele preferiu ser atendido no mesmo hospital onde, há cinco anos, fazia tratamento de câncer de próstata. O médico dele concordou com a iniciativa pelo mesmo motivo”, conta a nora do aposentado, Cristiane Aparecida da Silva Graciano, em entrevista por celular.

Cristiane disse que a fratura na perna decorrente do acidente acentuou a gravidade do estado de saúde de Joaquim Graciano. Ele foi operado da lesão no mesmo hospital onde fazia o tratamento de câncer, mas, apesar do sucesso do procedimento, acabou falecendo às 13h10 de segunda-feira, provocando muita dor na família e comoção entre amigos e conhecidos.

Investigação

A liberação do corpo para o velório e sepultamento em Santo Antônio da Platina seria um procedimento simples não fosse a ocorrência das lesões provocadas pelo acidente. A direção do Hospital Erasto Gaertner, por precaução, determinou que o corpo fosse levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba, para ser periciado visando determinar se a fratura teve influência determinante na morte do aposentado. Dependendo da avaliação dos peritos, a Polícia Civil pode até determinar abertura de inquérito policial para avaliar eventual responsabilidade pelo acidente.

Segundo a reportagem apurou, o motorista/coveiro não teve culpa no acidente, pois a ambulância que dirigia trafegava normalmente em sua mão quando foi atingida transversalmente pelo caminhão que invadiu a pista.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde do Município preferiu não se manifestar agora alegando não ter sido informada da morte do paciente. O órgão alega sequer ter conhecimento de que o aposentado sofreu fratura no acidente ocorrido há cerca de 20 dias.

A alegação, no entanto, causa estranheza porque qualquer acidente com vítimas gera procedimentos jurídicos que as partes envolvidas são informadas das consequências legais.

Por: tanosite.com