Uma nova pesquisa do Instituto Aurora lança luz sobre um tema fundamental para a saúde de uma democracia: a educação em direitos humanos. A pesquisa inédita sobre o Panorama da Educação em Direitos Humanos no Brasil, aponta avanços importantes na institucionalização do tema nos últimos dois anos, além de desafios a serem enfrentados em âmbito federal e estadual. O estudo revela como, durante anos, o tema foi sendo passado de ministério em ministério, perdendo força, coordenação e investimento, especialmente a partir de 2019. Entre retrocessos e retomadas, a pesquisa mostra que, somente agora, parte das políticas públicas extintas começou a ser reconstruída. Quem analisa esse cenário com base nos dados do levantamento é André Bakker, gestor de pesquisa e projetos do Instituto Aurora e coordenador da pesquisa Panorama da Educação em Direitos Humanos no Brasil. Ele destaca os principais pontos do estudo e reforça a importância de consolidar a educação em direitos humanos como uma política de Estado

A pesquisa evidencia que a retirada do tema da estrutura do Ministério da Educação, ao longo da última década, praticamente paralisou o programa. A extinção da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), a desativação do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos e o abandono do Pacto Universitário lançado em 2017 foram marcos desse desmonte. Temas como diversidade, combate ao racismo, equidade de gênero e cultura de paz perderam espaço nas escolas, universidades e na formação de agentes públicos. A boa notícia, segundo o Instituto Aurora, é que em 2024 houve uma retomada de programas e articulações interrompidas. A reconstrução, no entanto, ainda é frágil e depende de continuidade, investimento e vontade política.